Data de publicação: 21/10/2021
Data de atualização: 22/10/2021
No centro do embate entre a Petrobras e um grupo de distribuidoras estão 4 bilhões de litros de derivados de petróleo, sobretudo de óleo diesel e de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), popularmente conhecido como gás de cozinha. O volume importado foi recorde em agosto, última estatística divulgada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Nunca se recorreu tanto a outros países para ter acesso a combustíveis como naquele mês, justamente no momento de alta do petróleo e de derivados no mercado internacional. A importação custou ao País US$ 1,8 bilhão em agosto. Na soma dos oito primeiros meses do ano, foram gastos US$ 9 bilhões para comprar 23,5 milhões de litros. Boa parte dessa conta recai sobre a Petrobras, a principal importadora de combustíveis.
No início deste mês, a petrolífera estatal avisou às distribuidoras que não vai fornecer uma parcela dos seus pedidos de fornecimento de gasolina e do óleo diesel com entrega prevista para novembro. Para fazer frente à demanda nos postos, as distribuidoras vão ter de importar por conta própria.
Enquanto isso, o consumo continua a subir. As importações deram um salto de 27% no ano, até agosto, comparado aos primeiros oito meses de 2020. Já os gastos subiram 63,9% porque, além do volume ter crescido, subiram a cotação dos derivados e o câmbio, todos envolvidos na formação dos preços no Brasil. O barril do petróleo começou 2020 na casa dos US$ 50, chegou em agosto a US$ 70 e, agora, está em cerca de US$ 80.
A compra de GLP foi a que mais cresceu, de 34% de janeiro a agosto, comparado a igual mês de 2020. Foram importados 611 milhões de litros (a US$ 197 milhões), no mês, e 3 bilhões de litros no ano (a US$ 838,1 milhões). Já o diesel foi o que mais exigiu esforço financeiro. O País, e principalmente a Petrobras, gastou neste ano US$ 4,25 bilhões com a compra de 1,6 bilhão de litros do combustível, 50% mais do que nos oito meses do ano passado.
Fonte: ESTADÃO.COM.BR